sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Fina-te de vez Satã!


Meu aquário se esvazia
Napoleone é pré defunto
Not again!... que porcaria!
Já cheira mal o assunto.

Cauda caída, guelra em esforço
Escamas frouxas de azul anil
Torço-lhe o pipo, ai torço torço
Se o peixe me estica o pernil

Todas as manhãs, me assusto
Encontrando-o como se morto
E espeto-lhe o lápis, barafusto
mas o gajo continua torto

Ele rabeja, nada para o lado
Sopra e volta a cair no fundo
E sem forças fica especado
‘Vai nao vai’ pr’o outro mundo...

Farta de peixes de agua doce
Tanta flor a colorir os campos
Enchi meu saco, acabou-se!
Vou antes criar pirilampos.

6 comentários:

JKL disse...

Ò Joseph, pobre Joseph
Que assim inglório te finas
Azul e espalmado como um crepe
Na morte só levas rimas

Em vida foste empalado
Por um lápis (triste sorte)
Em boa hora és finado
Em boa hora te leva a morte

Trocaram-te o nome - mas que azar
Deram-te nome de paneleiro
A morte não quis esperar
E na vez do outro, vais primeiro.

(clap clap clap clap
A multidão aplaude, entusiasmada)

Ana disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana disse...

Ai os sacanas dos peixinhos
Que não param de se finar!
Mas que raio de cordelinhos
O grande galo anda a puxar???

Ana disse...

Poderá o peixe napoleone,
De este frio tiritar?
É que nem don corleone
No tempo pode mandar!

Laura disse...

Tão lindo, tão belo, ah, os peixinhos também se afogam...eu quando vi o meu já velhote, a nadar de lado, pensei, tira-se da água faz-se respiração boca a boca e..durou mais uma semana, e, foi-se...

Pirilampos sim, ó sim, meus bichinhos de estimação em menina... sabias que eles me deixavam uma moeda de dois e quinhentos debaixo da almofada? que era o óscar e o fernando que iam connosco à fonte, os nossos pais, etc, e eles brilhavam tanto na noite, na Pontinha, Lisboa, ah que lembrança, cria pirilampos, ora pois! Um abraço da laura...

São disse...

Pobres peixinhos, coitados,
têm mesmo que morrer...
assim aprisionados!

Não sou robot, não,
tire daqui a verificação!