É verdade universalmente aceite
Que o mundo está assim dividido:
Em clara água e bedungoso azeite
Num convívio presumido
Uns dias bem, outros andando
Que o mundo está assim dividido:
Em clara água e bedungoso azeite
Num convívio presumido
Uns dias bem, outros andando
Dependendo do volume
A água lá vai suportando
O azeite sem queixume
Atura-lhe fitas e amuos,
que solta numa azeda bolha
Suporta avanços, recuos
Até porque não tem escolha
Não pode, tão lá de baixo
Inchar em fúria crescente
Violino contra contrabaixo
Num concerto decadente
Assim chora a pobre água
Num soluço tenebroso
Tão grande é a sua mágoa
Quanto o vizinho é oleoso
Falso e escorregadio
Reluz como falso ouro
Vaidoso, porém vazio
Esquivo como um besouro*
Vai trilhando sem ter dó
Tentando sair do fundo
Nojento e infecundo
Como só um verme sabe ser
Eu não troco o meu H2O
Por todo o azeite do mundo
Doa lá a quem doer!
A água lá vai suportando
O azeite sem queixume
Atura-lhe fitas e amuos,
que solta numa azeda bolha
Suporta avanços, recuos
Até porque não tem escolha
Não pode, tão lá de baixo
Inchar em fúria crescente
Violino contra contrabaixo
Num concerto decadente
Assim chora a pobre água
Num soluço tenebroso
Tão grande é a sua mágoa
Quanto o vizinho é oleoso
Falso e escorregadio
Reluz como falso ouro
Vaidoso, porém vazio
Esquivo como um besouro*
Vai trilhando sem ter dó
Tentando sair do fundo
Nojento e infecundo
Como só um verme sabe ser
Eu não troco o meu H2O
Por todo o azeite do mundo
Doa lá a quem doer!
(é que estou muito farta deste ambiente laboral
onde o azeite é o patrão.
Eu sou a pobre da água, que leva com o animal
para ganhar o tostão!)
*perdão aos besouros, que são uns queridos, mas foi para a rima
8 comentários:
violino contra contrabaixo
é um ritmo desumano
faz bateria do seu queixo
e parte-lhe as teclas o piano
esse dia é passado
e hoje foi bem diferente
vingaste-te no teclado
alguma coisa indecente
e mais um dia passou
em alegre companhia
houve quem versejou
e te deu muita alegria :)
Beijocas
Ai o caraças desse raio de morcão
A azucrinar-te assim a mioleira!
Era mas era ficar a água e pão
A ver se lhe passava a caganeira!
Peço desculpa pelo palavrão,
Que com gente dessa, desatino!
Fico mais brava que um leão,
E com vontade de fazer o pino!
Deu-me o cheiro do arroz
Mas só cá tens passarada
Vou-me só com o cheiroz*
E com a barriga sem nada!
* Peço desculpa à lingua portuguesa, mas foi para rimar :)
Vício, estropiá-lo não posso
VAn, por quem és? Faz lá o pino
O Pax foi daqui sem almoço
e a Ká só me leva para o desatino!
Beijos fofos, moças e moços
já estou menos desconsolada
só falta o pires de tremôços*
E uma cervejola bem gelada
*é favor dizer 'tremôços' (à alentejana), qué para a fonética. Obrigados, sim?
Ó Safira, eu sou menina!
E não quero essa troca!
Só por tentar fazer rima,
Já me deste uma piloca!
;)
Ai Pax como lamento
não me leves a mal, não
que longe de mim o intento
de te tornar num machão! ;)
Gosto dessa musiqueta
que está a acompanhar
estes versos da treta,
em jeito de comentar.
Quanto a esses oleosos,
nada de novo a acrescentar.
Há patrões mesmo chungosos,
que dão vontade de matar!!!
Não vi o rabo do Morgado,
a imitar o (do) Salazar.
Dizem que era isento de pecado,
nem sabia o que era fornicar...
Isto claro os puritanos,
não os tipos da televisão,
que estes não querem ter danos
e aumentar as audiências (de supetão)!
Então daqui me vou,
não sem uma beijoca deixar,
ontem já passou:
"vá, toca a animar!!!"
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